**É sempre mais fácil culpar as mulheres**
Na minha vida e na minha atuação feminista, esta história começou em 2018. Sob a ameaça de o Brasil eleger um presidente declaradamente misógino, cujo ideário se construía em torno de um discurso de hipermasculinidade (para citar apenas algumas temáticas: ode ao porte de armas, defesa do papel tradicional das mulheres na relação conjugal, descaso com o assassinato de Marielle Franco), muitas mulheres fomos às ruas, acompanhadas ou não de homens, mas puxando o movimento que teve seu ápice na passeata do “Ele Não”. No dia 30 de setembro de 2018, em todo o Brasil, milhares; milhões ocupamos as praças e avenidas.
O que aconteceu pouco depois, é fácil de lembrar: Jair Bolsonaro derrotou Fernando Haddad nas urnas e passamos quatro anos aturando não apenas ele e os seus, bem como uma ministra das mulheres contrária a políticas para mulheres. Mas não apenas isso.